Pela 1ª vez, Inaf traz dados sobre nível Alfabetismo no contexto digital
Os dados são do Indicador de nível Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgado nesta segunda-feira (5). A pesquisa mapeia as habilidades de leitura, escrita e matemática dos brasileiros. Este ano, pela primeira vez, o Inaf traz dados sobre a alfabetização no mundo digital para compreender como as transformações tecnológicas interferem no cotidiano.
O Inaf classifica as pessoas conforme o nível de alfabetismo com base em teste aplicado a uma amostra representativa da população. Os entrevistados se distribuem em cinco níveis: analfabeto, rudimentar, elementar, intermediário e proficiente.
Para medir o alfabetismo digital, convidam as pessoas a realizar algumas tarefas no celular, entre elas comprar um par de tênis a partir de um anúncio publicitário em uma rede social e se inscrever em um evento por meio de formulário online. Com base nas respostas classificadas em três níveis: baixo, médio ou alto.
Os resultados mostraram que quase todos os analfabetos, 95%, estão no nível baixo, ou seja, conseguem realizar apenas um número limitado de tarefas no contexto digital.
37% estão no nível de desempenho digital médio
No nível elementar, a maioria, 67%, está no nível médio de alfabetismo digital. Mas, 17% dos alfabetizados nesse patamar, o ambiente digital ajuda em suas tarefas. Mas, para 18% dos alfabetizados em nível elementar, o digital traz, na verdade, desafios adicionais.
No nível mais alto, o proficiente, 60% estão no nível alto de alfabetização digital. Mesmo nesse nível, 37% estão no nível de desempenho digital médio e 3%, no baixo.
Segundo a coordenadora do Observatório Fundação Itaú, Esmeralda Macana, as habilidades digitais não são supérfluas, mas são importantes para que as pessoas estejam inseridas na sociedade.
A pesquisa, considerando a idade, os mais jovens são aqueles que se situam no nível mais alto de desempenho digital. Com maior número de acertos no teste proposto, especialmente aqueles entre 20 e 29 anos (38% no nível alto) . E , em seguida, aqueles entre 15 e 19 anos (31%).
Segundo o coordenador da área de educação de jovens e adultos da Ação Educativa, Roberto Catelli, as desigualdades identificadas na educação e na alfabetização, se replicam quando se trata do desempenho digital. Então, não se pode focar apenas em um letramento digital.
Inaf
O Inaf voltou a ocorrer depois de seis anos de interrupção. Esta edição contou com a participação de 2.554 pessoas de 15 a 64 anos, que realizaram os testes entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025, em todas as regiões do país. Para mapear as habilidades de leitura, escrita, matemática e digitais dos brasileiros. A margem de erro estimada varia entre dois e três pontos percentuais. Depender da faixa etária analisada considerando um intervalo de confiança estimado de 95%.
O estudo foi coordenado pela Ação Educativa e pela consultoria Conhecimento Social. A edição de 2024 é correalizada pela Fundação Itaú, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, Instituto Unibanco, Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
Fonte: agênciabrasil