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As incertezas do cenário econômico externo e indicadores que mostram a moderação no crescimento entre os fatores que fizeram com que o Copom

Ata do Copom indica Selic a 15% “por período bastante prolongado”

Copom projeta inflação mais perto do centro da meta no fim de 2026

As incertezas do cenário econômico externo e indicadores que mostram a moderação no crescimento interno estão entre os fatores que fizeram com que o Copom decidisse, na semana passada, manter a Selic em 15%. A avaliação divulgada nesta terça-feira (23) na ata da última Reunião do Copom, que ocorreu nos dias 16 e 17 de setembro.

Após uma “firme elevação de juros”, o Comitê optou por “interromper o ciclo e avaliar os impactos acumulados”. A intenção é, de acordo com a ata, manter a taxa de juros atual “por período bastante prolongado”, para garantir que a meta da inflação seja alcançada.

“O cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária. O Comitê, portanto, seguirá vigilante, avaliando se a manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta. O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”, afirma o documento.

Cenários interno e externo

Na Ata, o Comitê cita a conjuntura econômica dos Estados Unidos e as tarifas impostas pelo país como fatores externos que têm tido “maior impacto” do que temas estruturalmente desafiadores. E que, por sua vez, têm tido menor impacto na formação dos preços de mercado do que esperado.

No cenário interno, o Copom avalia que “a conjuntura de atividade econômica doméstica segue indicando certa moderação no crescimento”. O comitê diz ainda que estímulos fiscais ou de crédito ainda não provocaram impactos relevantes para alterar esse cenário.

Meta da inflação

Em relação à inflação, o Comitê ressalta que as expectativas, medidas por diferentes instrumentos e obtidas de diferentes grupos de agentes. Assim, “permanecem acima da meta de inflação em todos os horizontes, mantendo o cenário de inflação adverso”.

Diante desse cenário, o Copom optou por manter a taxa Selic em 15%. “Após uma firme elevação de juros, o Comitê optou por interromper o ciclo e avaliar os impactos acumulados. Agora, na medida em o cenário tem se delineado conforme esperado, o Comitê inicia um novo estágio em que opta por manter a taxa inalterada e seguir avaliando se, mantido o nível corrente por período bastante prolongado, tal estratégia será suficiente para a convergência da inflação à meta”, diz a Ata da última reunião.

Projeções

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para alcançar a meta de inflação. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter o impulso que a demanda aquecida provoca no aumento de preços. Os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança, freando a atividade econômica.

Quando se reduz a taxa Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo. Desse modo, reduz o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

Os bancos consideram outros fatores além da Selic na hora de definir os juros a cobrados dos consumidores. Entre eles risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Com a decisão, o Copom prevê a variação da inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Assim, prevê que feche 2025 em 4,8%, ainda acima da margem de tolerância. A meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é 3%, com intervalo de tolerância de menos 1,5 ponto percentual e mais 1,5 ponto percentual, isto é, de 1,5% a 4,5%.

Já a projeção para 2026 é uma variação do IPCA de 3,6%, que deve cair para 3,4% no primeiro trimestre de 2027, índices mais próximos do centro da meta.

Fonte: agênciabrasil