Brasil é o maior produtor mundial de carne bovina
Pela primeira vez na história, o Brasil não apenas mantém o título de maior exportador, mas também assume a posição de maior produtor mundial de carne bovina, superando os Estados Unidos.
Os dados foram revelados pelo mais recente relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês).
A produção brasileira alcançou o recorde de 12,35 milhões de toneladas equivalente-carcaça (tec), registrando um crescimento de 4,2% sobre o ano anterior. Em contrapartida, os Estados Unidos viram sua oferta recuar 3,9%, totalizando 11,814 milhões de toneladas.
Os fatores da inversão de liderança
A ascensão brasileira ocorre em um momento de fragilidade estrutural no setor pecuário norte-americano. Os EUA enfrentam as consequências de uma longa liquidação de rebanho, impulsionada por secas severas e altos custos de insumos, resultando no menor rebanho bovino do país desde os anos 1970.
No Brasil, um abate elevado sustentou o volume recorde, mas o cenário deve mudar em breve. O USDA projeta para 2026 um recuo na oferta nacional. Essa oferta cai para 11,7 milhões de toneladas. Isso ocorre, primordialmente, devido ao início da fase de retenção de fêmeas. Essa retenção integra o ciclo pecuário. Além disso, visa a recomposição do rebanho. Por fim, atende à expectativa de alta nos preços.
Perspectivas para 2026: mercado global e importações dos EUA
O relatório aponta que 2026 será um ano de contração para a proteína vermelha em nível global, com queda estimada de 1% na produção mundial (61,032 milhões de tec).
- Exportações em queda: os embarques globais devem diminuir 1%, refletindo a menor disponibilidade no Brasil, EUA e Austrália.
- EUA como importador: com a produção interna restrita e a diminuição do abate de animais de descarte (carne magra), os Estados Unidos devem elevar suas importações em 2%, chegando a 2,5 milhões de toneladas.
Oportunidade para o Brasil
O declínio da produção americana e a redução de tarifas em mercados-chave devem estimular, acima de tudo, a entrada de carne brasileira e australiana no mercado norte-americano. Apesar da liderança histórica em 2025, o “duelo” deve ser mais apertado em 2026.
Isso ocorre, contudo, com uma projeção de empate técnico entre os dois gigantes. Ao mesmo tempo, o ciclo pecuário brasileiro se volta para a retenção de matrizes. Por fim, reconstrói o valor da arroba.
Fonte: Forbes






