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Apoiado por entidades que atuam na proteção de crianças e adolescentes, o Projeto de Lei terá a urgência pautada nesta quarta-feira na Câmara

Câmara pauta projeto que regula redes sociais para crianças

PL ganha força na Câmara após repercussão de vídeo do influenciador Felca

Apoiado por centenas de entidades que atuam na proteção de crianças e adolescentes, o Projeto de Lei (PL) 2.628 de 2022 terá a urgência pautada nesta quarta-feira (20) na Câmara dos Deputados.

Deputados favoráveis ao texto defendem o mérito da matéria para votação ainda nesta semana. A oposição é contrária e promete obstruir a tramitação do texto por considerar que ele “viola a liberdade de expressão. Desse modo, institui a “censuraao criar regras para as big techs com previsão de multas em caso de descumprimento.

Apelidado de ECA Digital em referência ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o texto obriga as plataformas digitais a tomarem medidas “razoáveis”. Para então prevenir riscos de crianças e adolescentes acessarem conteúdos ilegais ou considerados impróprios para essas faixas etárias.

Além disso, o PL prevê regras para supervisão dos pais e responsáveis e exige mecanismos mais confiáveis para verificação da idade dos usuários de redes sociais, o que atualmente ocorre basicamente por autodeclaração.

Em tramitação na Comissão de Comunicação da Câmara, o projeto pode levado direto ao plenário caso tenha a urgência aprovada. Com o texto já analisado pelo Senado, ele pode ir à sanção presidencial com mais agilidade.

Na semana passada, portanto, o relator Jadyel Alencar (Republicanos-PI) apresentou o parecer na comissão dias após a repercussão do vídeo do influenciador Felca Bressanim Pereira, denunciando a ‘adultização’ de crianças e adolescentes nas redes sociais.

Divergência

Criticado pela oposição, que costuma associar a criação de regras para o funcionamento do ambiente digital com censura. Assim, o texto vem sendo defendido pelo deputado Hugo Motta (Republicanos-PB).

“É direito deles [oposição] obstruir. Eu penso que essa é uma pauta urgente da sociedade brasileira. Essa é uma pauta que eu penso que a Câmara dos Deputados tem que enfrentar, assim como o Senado Federal já enfrentou”, afirmou o deputado nesta terça-feira.

A líder do PL, deputada Caroline de Toni (PL-SC), por sua vez, classificou o PL 2628 como tentativa de censurar as redes sociais e informou aos jornalistas que foi procurada por representantes de plataformas digitais que alegaram “excesso de regulamentação”.  

Regulação

A líder do PSOL, Talíria Petrone (PSOL-RJ), argumentou que todos os setores no Brasil são regulamentados e não poderia ser diferente com as redes sociais.

Centenas de organizações da sociedade civil que atuam na área assinaram um manifesto em defesa do projeto 2628, incluindo o Instituto Alana, a Coalização Brasileira pelo Fim da Violência contra Crianças e Adolescentes, Fundação Abrinq, diversas Pastorais da Criança, a Fundação Roberto Marinho, entre outras.

Big techs

A Meta (dona da Facebook, Instagram e Whatsapp) não se manifestou sobre o PL 2628. Já o Conselho Digital, organização que reúne as gigantes da tecnologia Meta, Google, Tiktok, Amazon, entre outras, tem se manifestado pedindo alterações no texto.

Quando o tema estava em tramitação no Senado, o Conselho Digital criticou o que chamou de obrigações excessivas.

Fonte: agênciabrasil