Putin diz que tomará região ucraniana à força
O presidente russo, Vladimir Putin, disse em uma entrevista publicada nesta quinta-feira (4) que a Rússia tomará o controle total da região ucraniana de Donbas à força, a menos que as forças do país se retirem, algo que Kiev rejeitou categoricamente.
Putin enviou dezenas de milhares de soldados para a Ucrânia em fevereiro de 2022. Isso ocorreu após oito anos de combates. Primeiramente, separatistas apoiados pela Rússia lutaram contra tropas ucranianas em Donbas. Donbas é composto pelas regiões de Donetsk e Luhansk.
“Ou libertamos esses territórios pela força das armas ou as tropas ucranianas deixam esses territórios”, disse Putin ao India Today antes de uma visita a Nova Délhi, de acordo com um trecho exibido pela televisão estatal russa.
A Ucrânia afirma que não quer presentear a Rússia com seu território, visto que Moscou não conquistou no campo de batalha. Além disso, o presidente Volodymyr Zelensky disse que Moscou não deve receber recompensa por uma guerra que iniciou.
Atualmente, a Rússia controla 19,2% da Ucrânia. Isso inclui a Crimeia, anexada em 2014, juntamente com toda a região de Luhansk. Do mesmo modo, mais de 80% de Donetsk, assim como cerca de 75% de Kherson e Zaporizhzhia. Por fim, partes de Kharkiv, Sumy, Mykolaiv e Dnipropetrovsk.
Cerca de 5.000 km² de Donetsk permanecem sob controle ucraniano
Em discussões com os Estados Unidos sobre o esboço de um possível acordo de paz para encerrar a guerra, a Rússia tem dito repetidamente que quer o controle de todo Donbas – e que os EUA devem reconhecer informalmente o controle de Moscou.
Em 2022, a Rússia declarou que as regiões ucranianas de Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia agora fazem parte do país, após referendos que o Ocidente e Kiev consideraram uma farsa. A maioria dos países reconhece as regiões – e a Crimeia – como parte da Ucrânia.
Putin recebeu os enviados dos EUA Steve Witkoff e Jared Kushner no Kremlin (2), e disse que a Rússia havia aceitado algumas propostas dos EUA sobre a Ucrânia, e que as conversações deveriam continuar.
De acordo com a agência de notícias estatal russa RIA, Putin afirmou que sua reunião com Witkoff e Kushner foi “muito útil” e que havia sido baseada em propostas que ele e o presidente Donald Trump discutiram no Alasca em agosto.
Por fim, as negociações com os EUA sinalizam possível trégua. Visto que Putin aceitou propostas iniciais, o diálogo deve prosseguir. Ainda assim, Kiev rejeita concessões territoriais. Em outras palavras, Donbas permanece ponto central de tensão. Por conseguinte, a pressão militar russa continua. Dessa forma, Trump e Witkoff buscam equilíbrio diplomático. Além disso, conversas no Kremlin foram úteis. Em síntese, 2026 pode trazer avanços. No entanto, o controle de 19,2% da Ucrânia persiste como obstáculo.
Fonte: SBT



