Nova linha de cuidado para TEA lançada pelo Ministério da Saúde no SUS
Profissionais da atenção primária no SUS vão passar a realizar o teste para diagnóstico de autismo, o transtorno do espectro autista (TEA) em todas as crianças com idade entre 16 e 30 meses, como parte da rotina de avaliação do desenvolvimento. A orientação consta na nova linha de cuidado para TEA, lançada pelo Ministério da Saúde.
A expectativa, conforme a pasta, é que as intervenções e estímulos a esses pacientes ocorram antes mesmo do diagnóstico ser fechado. “A atuação precoce é fundamental para a autonomia e a interação social futura”, destacou o ministério em nota.
Para o ministro, contudo, a nova linha de cuidados é um instrumento potente e abrangente.
Números
O governo estima que 1% da população brasileira viva com TEA. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que 71% dessa população apresentam ainda outras deficiências. O que de acordo com o ministério, reforça a necessidade de ações integradas via Sistema Único de Saúde (SUS).
“A nova linha de cuidado lançada pelo Ministério da Saúde, orienta gestores e profissionais de saúde sobre como deve funcionar a rede, da atenção primária aos serviços especializados. Com foco no rastreio precoce e no início imediato da assistência”, reforçou o ministério.
Teste
O teste de triagem para TEA, conhecido como M-Chat, identifica sinais de autismo em crianças já nos primeiros anos de vida. Por meio da detecção precoce, a ideia é que os profissionais possam encaminhar as famílias em relação aos estímulos e intervenções necessários caso a caso.
O questionário está disponível na Caderneta Digital da Criança e também no prontuário eletrônico E-SUS. Já os estímulos e terapias para crianças com sinais de TEA disponibilizados na edição atualizada do Guia de Intervenção Precoce, deve ser colocado em consulta pública a partir de hoje.
Tratamento individualizado
Outra proposta do ministério envolve o fortalecimento do Projeto Terapêutico Singular (PTS), que prevê um plano de tratamento e individualizado. Ou seja, construído entre equipes multiprofissionais e as famílias.
“A nova linha de cuidado também orienta sobre os fluxos de encaminhamento, esclarecendo quando o paciente atendido nos Centros Especializados em Reabilitação (CER) deve ser encaminhado a outros serviços. Como os de saúde mental, caso o paciente apresente algum sofrimento psíquico”, destacou a pasta.
Acolhimento e suporte
A nova linha de cuidado para TEA, contudo, destaca a importância do acolhimento e do suporte às famílias. Dessa forma, reconhece o papel central dos pais e cuidadores no desenvolvimento infantil.
As ações incluem orientação parental, grupos de apoio e capacitação de profissionais da atenção primária. Sendo assim, tem o objetivo de estimular práticas no ambiente domiciliar de forma a complementar o trabalho das equipes multiprofissionais.
“Com isso, busca-se reduzir a sobrecarga das famílias, bem como promover vínculos afetivos mais saudáveis”, acrescentou o ministério. Aliás, ainda articula a implementação do programa de treinamento de habilidades para cuidadores, da Organização Mundial da Saúde (OMS), para famílias com crianças com TEA ou atraso no desenvolvimento.
Fonte: agênciabrasil