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SUS ganha primeiro Centro de Treinamento e Pesquisa em Robótica. Objetivo é formação e certificação em cirurgia robótica Foto: Ashi Sae Yang/iStock

SUS ganha 1º Centro de Treinamento e Pesquisa em Robótica

SUS ganha Treinamento e Pesquisa em Robótica

O Sistema Único de Saúde (SUS) ganhou seu primeiro Centro de Treinamento e Pesquisa em Robótica. O espaço inaugurado no Instituto Nacional de Câncer (INCA) será voltado à formação e certificação em cirurgia robótica, integrando ensino, pesquisa e assistência. A expectativa é formar 15 novos profissionais por ano, com dupla titulação em sua área médica e em cirurgia robótica, segundo o Ministério da Saúde.

Em parceria com a empresa estadunidense Intuitive, o INCA realizará o trabalho utilizando o novo robô Da Vinci XI. Além disso, o equipamento possui três consoles cirúrgicos e um simulador de realidade virtual SIM Now. Isso permite, portanto, o treinamento de cirurgiões em ambiente seguro e realista.

O INCA é pioneiro na realização de cirurgias robóticas no SUS. Desde 2012, realizou mais de 2.050 procedimentos. As especialidades atendidas incluem Urologia, Ginecologia, Cabeça e Pescoço, Abdômen e Tórax. Assim também, o instituto tem ampliado o uso de novas tecnologias, bem como promovido a capacitação profissional.

Recentemente, o Ministério da Saúde aprovou a incorporação da tecnologia na rede pública. A medida vale para procedimentos de prostatectomia robótica. Essa cirurgia consiste na remoção parcial ou total da próstata. Além disso, representa um avanço significativo no tratamento oncológico do SUS.

A cerimônia de inauguração do centro ocorreu durante o evento do Novembro Azul. Nesse sentido, a campanha busca conscientizar sobre a saúde do homem e a prevenção do câncer de próstata. Por ano, o país registra 7.153 casos, sendo 60% de alto risco. Conforme o INCA, em 15 anos o número de cânceres de próstata deve dobrar.

Tecnologia segura para o SUS

  • A cirurgia robótica permite ao cirurgião realizar movimentos com maior precisão e ampliar o campo visual em até dez vezes;
  • Por ser um método minimamente invasivo, reduz o risco de complicações e a dor, bem como o tempo de internação. Além disso, diminui os custos hospitalares, favorecendo, portanto, a recuperação e os resultados clínicos dos pacientes.
  • “Antigamente, você tinha que ir para o exterior buscar essa capacitação. Isso mostra que temos, atualmente, capacidade de capilarizar e disseminar esse procedimento em todo o país”, disse o diretor-geral do INCA, Roberto Gil, à Agência Brasil. “É um processo gradativo”, acrescentou.
  • O INCA acumula 13 anos de experiência em prostatectomia robótica, por meio do Centro de Diagnóstico do Câncer de Próstata. Nesse sentido, realiza cerca de três mil biópsias transretais da próstata sob sedação anestesiológica por ano. Além disso, continua, constantemente, aprimorando suas práticas clínicas e tecnológicas.
  • Para a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), a inclusão da prostatectomia robótica assistida no SUS não representa apenas um avanço tecnológico, mas, também, um passo essencial para promover equidade no tratamento do câncer de próstata.

Estudo inédito

Além da inauguração do novo centro, o INCA apresentou projetos de pesquisa voltados à detecção precoce e ao comportamento biológico do câncer de próstata. Esses projetos foram desenvolvidos com o apoio do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon).

Entre as iniciativas, está o projeto de caracterização genética de pacientes brasileiros com câncer de próstata. Este projeto utiliza sequenciamento genômico completo para identificar mutações somáticas relacionadas à doença. Ademais, a pesquisa abrange três grupos de pacientes: homens com hiperplasia prostática, que não têm câncer, pacientes com câncer de baixo grau e pacientes com câncer de alto grau. Trata-se, portanto, de um estudo inédito em abrangência e metodologia no país.

“Estamos avançando em várias frentes: na prevenção, no diagnóstico e na qualificação do tratamento. O Centro de Treinamento Robótico é parte de um esforço maior para garantir que o SUS esteja na vanguarda tecnológica, sem deixar de lado a nossa principal missão, que é salvar vidas por meio da detecção precoce e do cuidado integral”, afirma Roberto Gil.