Especialistas explicam quando o treinar pode ser benéfico no combate a infecções e quando ele pode ser prejudicial
A resposta para essa pergunta é: depende. “Vai variar de acordo com o tipo de vírus ou bactéria que está causando a infecção, da intensidade e gravidade do quadro, e dos sintomas”, afirma Rosana Richtmann, infectologista dos laboratórios Delboni e Salomão Zoppi, da Dasa.
Em outras palavras: se você tem um quadro infeccioso leve, de vias aéreas
superiores — do pescoço para cima, ou seja, tosse, coriza e dor de garganta leve — sem dor no corpo e sem febre, você pode sim fazer atividade física leve, exatamente para tentar modular e estimular seu sistema imunológico, segundo a especialista.
Após o fim dos sintomas virais, é possível voltar à atividade física, mas de forma progressiva e atenta aos sinais do corpo. “Lembrando que, ao fazer atividade física intensa durante um quadro viral, você pode ter complicações cardiovasculares, inclusive uma miocardite, que é uma inflamação do músculo do coração ou uma arritmia”, reitera a infectologista.
De acordo com Anderson Téu, educador físico e personal trainer da Academia Gaviões, algumas doenças podem causar desidratação e fraqueza, aumentando o risco de quedas e lesões durante a atividade física.
Por outro lado, ele concorda que o treino pode ajudar em quadros leves e quando os sintomas já estão melhores. “Nessa fase, exercícios leves podem melhorar o humor, estimular a circulação sanguínea e promover uma sensação geral de bem-estar. Atividades como caminhadas suaves, alongamentos ou ioga de baixa intensidade recomendadas, desde que não haja febre ou sintomas ativos”, orienta.
Como voltar a treinar após ficar doente?
Após um quadro infeccioso, o retorno para os treinos deve ocorrer de forma gradual e com acompanhamento profissional. Dessa forma, visa garantir que cada etapa da recuperação esteja consolidada.
“A autoavaliação pode ser perigosa, pois a retomada precoce da atividade física pode comprometer a saúde e prolongar a recuperação. Respeitar o ritmo do corpo e ter supervisão profissional é importante para evitar recaídas”, afirma Téu.
Richtmann também orienta a acompanhar a frequência cardíaca durante o retorno das atividades físicas. “Se você estiver mais cansado, o que é esperado depois de uma pausa de alguns dias, comece progressivamente e vá aumentando a carga da sua atividade física de uma forma progressiva. Não vá até seu limite. Isso é muito mais saudável para seu organismo se readaptar à rotina dos seus exercícios”, orienta.
Como evitar a perda de massa muscular durante o período de recuperação?
De acordo com Téu, é possível minimizar a perda de massa muscular no período de recuperação de uma infecção ao manter uma alimentação saudável (com boa ingestão de carboidratos, proteínas, fibras e gorduras boas), a hidratação correta e fazendo exercícios leves de mobilidade e alongamento.
“É fundamental respeitar os limites do corpo e evitar esforços excessivos enquanto ainda estiver se recuperando”, finaliza.