Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky indica flexibilidade em exigência por cessar-fogo antes de encontro com líder russo, Vladimir Putin
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse estar pronto para fazer “algumas concessões” em sua exigência de que um cessar-fogo aconteça antes de quaisquer conversas com o presidente russo Vladimir Putin. Ou seja, desde que algumas garantias de segurança para a Ucrânia sejam estabelecidas.
Seus comentários surgem enquanto Moscou contradiz abertamente a narrativa da Casa Branca de que planos para uma reunião bilateral entre Putin e Zelensky estão “em andamento”.
A Ucrânia e seus aliados na Europa há muito defendem que haja um cessar-fogo como primeiro passo para encerrar a guerra, o que exigiria resolver questões aparentemente intratáveis como território e garantias de segurança.
Mas depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mudou sua posição para favorecer um “acordo de paz” em vez de um cessar-fogo imediato, Zelensky indicou que estava disposto a ser flexível.
“Eu disse ao presidente Trump que, de qualquer forma, precisaremos de um período de calma para desenvolver todo o plano para acabar com a guerra – se realmente quisermos que o plano seja sério”, disse Zelensky.
Zelensky disse a jornalistas na quarta-feira (20), que a Ucrânia está aguardando uma “arquitetura de garantias de segurança”. Estabelecida dentro de sete a 10 dias antes de definir uma data para conversas com o Kremlin.
“E com base nesse entendimento, pretendemos realizar uma reunião trilateral. Essa foi minha lógica”, disse Zelensky. Ou seja, referindo-se ao objetivo anteriormente declarado por Trump de realizar um eventual encontro entre ele, Putin e Zelensky.
Exército ucraniano precisa como parte das garantias de segurança
A Ucrânia concordou anteriormente que parte de suas garantias de segurança com Washington envolve gastar cerca de US$ 90 bilhões em armas americanas. Um custo que Zelensky defendeu, dizendo: “Acredito que delineado um forte componente de armamentos. Que o exército ucraniano precisa como parte das garantias de segurança. Esta soma é justificada.”
Enquanto isso, o ministro das Relações Exteriores russo Sergei Lavrov disse na quarta-feira (20), que o governo russo propôs enviar oficiais de alto nível para conversas com a Ucrânia em Istambul. Sem confirmar que a Rússia apoia uma reunião em nível de liderança.
“Putin confirmou sua disposição em continuar as negociações diretas russo-ucranianas, negociações. Que, como vocês sabem, aconteceram em Istambul”, disse Lavrov, recapitulando rodadas de conversas na Turquia. E viram Moscou e Kiev concordarem com trocas de prisioneiros, mas sem fazer progressos em direção a um cessar-fogo.
Lavrov também disse que discutir a segurança da Ucrânia sem Moscou é “uma utopia e um caminho para lugar nenhum.”
Putin decidiu não comparecer às conversas na Turquia
Enquanto isso, o Kremlin jogava água fria na ideia de uma cúpula de líderes e nas discussões diplomáticas sobre garantias de segurança. Assim também, tentou pintar um quadro de que o lado ucraniano estava impedindo novas conversas.
“Até agora, não houve resposta da Ucrânia, mas após uma conversa telefônica com o presidente Trump anteontem, nosso presidente (Putin) fez uma proposta não apenas para continuar essas conversas. Mas também para pensar em elevar o nível dos chefes de delegação”, continuou Lavrov.
Crucialmente, as conversas em Istambul até agora incluíram oficiais de nível inferior e técnico. Em maio, Putin decidiu não comparecer às conversas na Turquia que ele mesmo sugeriu.
“Estamos prontos para quaisquer formatos, mas quando se trata de reuniões de alto nível, é necessário preparar muito cuidadosamente em todos os estágios anteriores para que as cúpulas não resultem em um agravamento da situação e realmente ponham fim àquelas negociações que estamos prontos para continuar”, acrescentou o ministro das Relações Exteriores russo na quarta-feira (20).