A produção industrial brasileira se desacelerou do primeiro para o segundo trimestre do ano
A produção industrial brasileira se desacelerou do primeiro para o segundo trimestre do ano. Ou seja, em contraste com a média mundial. Enquanto na indústria nacional o recuo foi de 0,6%, na média dos 79 países analisados a produção aumentou 1,1% (com ajuste sazonal).
Graças a esse desempenho, o Brasil perdeu 21 posições no ranking entre o primeiro e segundo trimestre. Caiu da 38ª para 59ª colocação.
2º Angola: 28,2%
3º Taiwan: 22,4%
4º Irlanda: 21,4%
5º Vietnã: 13,3%
59º Brasil: 0,4%
79º Dinamarca: -7,9%
Se a comparação for entre o primeiro semestre deste ano com os seis primeiros meses do ano passado, o Brasil ficou na 50ª posição:
1º Irlanda: 27,4% de variação
2º Angola: 24,4%
3º Montenegro: 18,3%
4º Taiwan: 18,2%
5º Mongolia: 15,7%
50º Brasil: 1,4%
79º Dinamarca: -7,5%
Dinamismo industrial
A taxa de juros (Selic) em 15% ao ano é considerada a principal razão para o resultado. “O aumento dos níveis de taxas de juros no país tem cobrado um preço elevado do nosso dinamismo industrial”, diz análise do Iedi.
Com o resultado, a indústria enfrenta dificuldade para conseguir empréstimos para se financiar. Aliás, não é de agora. Conforme dados da CNI (Confederação Nacional da Indústria), o volume de crédito ofertado à indústria brasileira caiu 60% em 2024 na comparação com 12 anos antes. “O sistema financeiro tem priorizado o consumo em detrimento da produção. Dessa forma, compromete investimento, inovação e competitividade”, diz o presidente da CNI, Ricardo Alban.
Em 2020, durante a pandemia, houve um aumento no crédito de curto prazo à indústria brasileira. Com juros baixos —de 2% ao ano—, foi possível aumentar o financiamento para o setor. “Passado esse período, a trajetória de queda foi retomada”, diz nota da CNI.


